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a arte do chá

Como a sociedade bebeu da fonte da nudez e a transformou em entretenimento e pornografia

Os gregos antigos adorariam saber que hoje quem quiser (e, às vezes, até quem não quer) pode acessar uma quantidade enorme de conteúdos safadinhos a apenas um clique de distância. Mas o que muita gente não sabe é que se não fossem os habitantes de Atenas darem início a essa parada, há 2.500 anos, nada disso seria possível…

 

Os gregos adoravam representações de nudez e sexo – sobretudo nas artes com forte influência mitológica e religiosa que eram utilizadas para justificar o apreço pelo obsceno. Quem não se lembra das histórias sobre as festinhas dedicadas a Dionísio, ou dos cultos às curvas sensuais da deusa Vênus, não é mesmo? Havia imagens de corpos nus nas ruas, nas louças das residências, e nas procissões músicas eróticas (bem no estilo funk proibidão) eram entoadas por famílias que desfilavam nas ruas com objetos fálicos (sim, em formato de p1r*c4). Ah, os homens de família curtiam um outro tipo de entretenimento: concursos de mulheres nuas para que as nádegas presentes fossem julgadas.

Os gregos correram para que Wesley Safadão pudesse andar, quando compôs a letra de "Depende"? Enfim… 

Do vaso de p1r*c4, ao lustre de cristal

Os pioneiros da sacanagem são também os que deram origem à palavra "pornografia", que tem como origem os vocábulos gregos "pornos", que significa "prostituta", e "grafos", que tem o sentido de registro, escrita ou gravura. Aos poucos, o termo "pornográfico" foi se popularizando nessa sociedade como uma maneira de descrever as relações sexuais consideradas "sem amor", segundo o historiador francês Sarane Alexandrian, no livro História da Literatura Erótica. Muitos anos mais tarde, a palavra foi adotada como um termo que define contextos obscenos e sexualmente explícitos – a verdadeira sacanagem. 

 

É interessante pensar que essas representações em gravuras e esculturas já definiam os padrões de beleza da época (que obviamente se transformaram). A maioria das mulheres representadas em peças encontradas na África, Américas e Oceania, produzidas por volta do ano 30.000 a.C, possuiam formas robustas, maiores, exageradas e é muito provável que seja por conta da adoração à deusas da fertilidade – muitos admiravam as obras de nudez, justificando o ato como algo religioso. Com o tempo isso foi perdendo força e a galera começou a assumir que consumia isso porque realmente gostava. Os Romanos mesmo já vieram soltos para o jogo! Escultura de pênis ereto em casa de rico era tão normal quanto lustre de cristal cafona hoje em dia... Os banhos públicos rolavam muito e até cenas de transas nas paredes de Pompeia arqueólogos encontraram.

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Foto: Meizhi Lang/Banco de Imagens

A mãe church entrou no quarto bem naquela hora…

Após a ascensão do cristianismo, por volta do século seis, essas imagens acabaram sendo escondidas – já que a luxúria fora considerada um dos sete pecados capitais. É claro, sempre tinha alguém tentando burlar o esquema, seja com obras de arte, escritos ou os contadores de histórias picantes que se destacavam nos rolês nas tabernas. Mas, depois do início das inquisições, a coisa ficou mais séria e nem o "póbi" do menino Jesus podia ser representado nu. 

 

As roupas ficaram largas e compridas e quem ousasse fazer alguma gracinha do gênero poderia ser queimado na fogueira - como provou Giovanni Boccaccio, autor do livro Decameron (1351), que contava a história de um (no português claro) surubão — que ainda tirava uma onda com a igreja. Foi só quando a igreja começou a perder força e o movimento renascentista nasceu, que o mundo viu a volta dos pelados às obras de arte. A obra O Nascimento de Vênus (1485–1486) de Sandro Botticcelli é um dos exemplos mais marcantes disso. 

Em nome da moral e dos bons costumes

Não demorou muito para que essa ameaça de subversão do renascimento perdesse força e a Reforma Protestante (séc XVI) retomasse o bom e velho papo de pudor, moral e bons costumes (qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência). Mas, nesta época, surgiu uma galera mais rebelde que era à favor da liberdade sexual: os Libertinos.  Eram intelectuais e artistas - a galera mais de humanas e afins,  rs - que reuniam-se em clubes para ler páginas eróticas

E vamos de nudes?

Passadas todas as eras trevosas, embora deixando sequelas, a sociedade partiu para o novo. Tem-se, então, uma emancipação  em termos econômicos, filosóficos e religiosos, o que abriu caminho para liberdades de pensamento e criação. 

No século XIX, a modernidade chega e, junto dela, a fotografia, que ganhou seu destaque na segunda metade do século. Não demorou para que os "serelepers" da época começassem a produzir e vender imagens de modelos nuas. A coisa chegou ao Brasil em meados de 1870 e os olhinhos dos editores cariocas começaram a brilhar quando perceberam o potencial de mercado que isso tinha e lançaram autores nacionais no ramo, segundo a antropóloga Alessandra El Far, em entrevista à revista Superinteressante. 

Foto: Twitter/Reprodução

Escolha a categoria

A tecnologia avança mais rápido do que nunca e no fim do século quem vira protagonista em cena é o cinema. Em 1896, com apenas um ano de vida, a criação dos irmãos Lumière já tinha sido invadida pelos conteúdos mais picantes –  como vídeos que exibiam performances de strippers. Com as salas lotadas e muito dinheiro girando, produtores passaram a investir em conteúdo explícito. As primeiras produtoras da indústria pornô ficavam na França, nos Estados Unidos e na Argentina e as fitas tinham de sete a 15 minutos. Ahh, e o catálogo já contava com categorias diversas: lésbicas, sexo oral e ménage estavam entre as opções. 

Fala baixinho que ninguém pode saber que a gente tá aqui 

Nas décadas de 1930 e 1940 foram aprovadas leis de censura nos EUA, que gerou escassez na distribuição do conteúdo pornográfico e o que estava escancarado teve de ficar um pouco mais contido. Nessa época se popularizou o peep show: os homens pagavam para assistir filmes de mulheres tirando parte da roupa. Fitas clandestinas, filmadas na Suécia, rodavam debaixo dos panos para satisfazer quem era mais aventureiro. 

Assim que o movimento hippie começa a se estabelecer, nos anos 1960, os amantes de conteúdo explícito e defensores do amor livre finalmente podem aproveitar as produções sem muito medo - mas essa prática se tornou mais "vergonhosa" e velada por conta dos anos de repressão. Em 1972, pela primeira vez, um filme de sexo explícito fica muito famoso nos cinemas – o Deep Throat, ou o Garganta Profunda como foi traduzido no Brasil,  arrecadou cerca de 600 milhões de dólares e fez a atriz principal Linda Lovelace tornar-se muito famosa. 

“Peguei essa fita do tio, mãe! Eu juro!”

Na década de 1980 a era do pornô caseiro finalmente chega, graças à criação das fitas VHS. Ninguém mais precisava encarar o cinema para poder se divertir com esse tipo de conteúdo e isso propiciou a produção em larga escala dos filmes, já que o custo diminuiu. Diante disso, o mercado pornográfico se consolida de verdade e torna-se uma indústria bilionária, com atuação em todo o mundo. 

Não era incomum pegar uma dessas fitas e encontrar uma "surpresa" dentro, igual essa história que foi contada no programa que História É Essa, Porchat?. Com o tempo, esse formato, que era dominado pelo conteúdo adulto, se torna acessível a todos os outros tipos de produção e o pornô perde força. Os canais de TV à cabo surgem e o fio se desenrola de maneira semelhante, até a chegada da era digital.   

Agora o papo é on-line 

É claro que a convergência das mídias impactou esse conteúdo com força –  teria ela sido forte o suficiente para ser um dos motores desse avanço? Mais uma vez, a forma de consumo de conteúdo se adapta e a internet é invadida pelo pornô. Mesmo com o empecilho da lentidão da rede discada, um estudo de 1960 da Usenet – fórum de texto – concluiu que cinco em cada seis fotos compartilhadas na época tinham teor sexual. A safadeza coletiva pode, mais uma vez, ter ajudado a melhorar a qualidade do acesso às redes e, inclusive, os distribuidores de pornô online foram pioneiros na manipulação de arquivos e criação de sistemas de pagamento digital

Com a dominação da internet rápida, os conteúdos pagos passaram a ser pirateados e reproduzidos em redes abertas, bem como surgem as plataformas gratuitas. Um exemplo é o PornHub, site de conteúdo explícito que hoje é considerado tão popular quanto a Netflix – o que dificultou e ainda dificulta a vida dos produtores de conteúdo pornô pago. A empresa Mindgeek é a dona do site e possui outros vários domínios parecidos, tornando-se a principal distribuidora de filmes do gênero. Com essa espécie de "quase monopólio", a produção foi sucateada e prejudica a vida de quem trabalha nesse mercado, inclusive, a de atores e atrizes que são obrigados a aceitar trabalhos que antes não fariam para conseguir pagar as contas. 

E o mercado, hein? 

Conversamos com Cinthia Fajardo, 47, diretora geral da Playboy do Brasil. Diferente do que a maioria pensa, essa não possui relação com a famosa revista americana, que possuía um contrato de licenciamento de marca com a Editora Abril no Brasil, mas que já até deixou de ser publicada. A empresa que Cinthia dirige pertence ao Grupo Globo e o seu maior produto é o SexyHot, o primeiro canal pornô da empresa – lançado em 1996, ainda na TV à cabo. Em 2007 houve uma fusão daquele com a distribuidora americana de conteúdo adulto Claxson – que era dona da Playboy TV e de alguns outros canais – e, dessa maneira, nasceu uma nova empresa que acabou sendo batizada de Playboy Brasil. 

Fajardo conta que as mudanças na forma de consumo de conteúdo estabelecidas pelo avanço da tecnologia trouxe enormes desafios ao mercado de conteúdo explícito pago e que tem em seu dia a dia a missão de conquistar uma geração desacostumada a pagar pelas coisas. 

"A geração Z ainda não está acostumada a pagar por várias coisas. Porque tem muita coisa gratuita. Então a gente tem o desafio de fazer essas pessoas entenderem o valor, o porquê de pagar por determinadas coisas. Porque só existem duas formas de viabilizar a produção de conteúdo — seja um conteúdo escrito, audiovisual ou qualquer outro - ou você é pago por publicidade ou alguém vai ter que pagar por esse conteúdo. Porque, senão, quem vai remunerar o mercado? Quem vai pagar para que você produza aquele conteúdo? Existe um custo, não é de graça. É aquela velha discussão: se o conteúdo está ali no Twitter, no Instagram, no TikTok alguém está pagando por isso. Como é que essas redes se mantêm em pé? Ou ele cobra publicidade ou ele tá cobrando alguma outra coisa, recolhendo dados nossos pra usar de alguma forma", comenta a diretora geral da Playboy do Brasil.

Reage, mona!

Dentro desse contexto, há ainda um debate sério sobre as condições de trabalho de quem trabalha na indústria pornográfica, sobretudo no que diz respeito ao aspecto do abuso emocional e físico que o sucateamento do mercado pode intensificar ainda mais. 

 

Segundo a diretora do canal, há um acompanhamento constante em todas as etapas da produção a fim de que tudo corra dentro dos padrões éticos e para que conversem com o novo posicionamento da marca. Sobre isso, inclusive, Fajardo explica que tem trabalhado para que a nova produção de conteúdo atente-se a um movimento importante da sociedade, que é a desconstrução dos ideários de corpos e performances sexuais, que foram, inclusive, formados pelo pornô. 

Ela ressalta, no entanto, que a pornografia, em sua essência, não foi criada para ser um conteúdo educativo, mas sim, de entretenimento e prazer. "Realmente, desde muitas décadas o conteúdo pornô, mesmo antes da indústria audiovisual, não nasceu para ser um conteúdo de educação sexual. Ele nasceu pra ser um entretenimento, assim como são os outros filmes que a gente assiste na TV e no cinema. São conteúdos de entretenimento. Então, ninguém vai assistir um filme de super-herói, põe a capa e se joga da janela achando que vai voar. A gente tem que saber separar que aquilo ali é ficção, é entretenimento e tá ali com o objetivo de gerar prazer", pontua. 

Mesmo considerando esse aspecto, ela compreende que esse movimento de desconstrução é importante, já que muita gente formou seu ideário de corpo e performance sexual  baseado nas produções dessa indústria. "Mas, ainda assim, mesmo não tendo esse propósito, a gente sabe que muitas pessoas cresceram assistindo e se pautaram por aquilo ali. E aí acaba que existe toda essa vertente, essa corrente das pessoas que são contra o consumo do pornô, que levantam a bandeira do quanto o pornô deseduca e já deseducou tantas pessoas, principalmente homens, que acham que aquela performance que viam no filme deveria ser a performance reproduzida na relação sexual dele, daquela forma. Que da forma como a mulher era tratada no filme ele deveria tratar as companheiras dele. Ou, aquele tipo de corpo, com aquele tamanho de pau avantajado, deveria ser o corpo dele. E ainda a visão sobre as próprias mulheres só terem um modelo de corpo. Mulheres sempre super gostosonas, com o corpo cheio de curvas, silicone, todas lindas e os caras também, como se aquilo ali fosse um padrão", reflete. 

Fajardo ainda destaca que essa não é uma realidade limitada ao conteúdo pornô e relembra que essa discussão é central em todos os tipos de produção. "Mas, se a gente sair desse universo do pornô e for para todos os outros universos da indústria audiovisual, do cinema, é a mesma discussão que tá tendo. Do quanto realmente as protagonistas e os protagonistas durante tantos anos foram sempre as pessoas entendidas como mais belas, em que a sociedade entende que aquele corpo magro é um corpo belo. Então, essa discussão vai muito além do pornô. O pornô é só um recorte mas, na verdade, isso não tá só na pornografia. Esses exemplos caricatos estão em todas as partes e o pornô é só mais um", comenta. 

 

Mas, para garantir que haja um movimento que se importe com essas causas dentro da indústria pornográfica, a diretora da Playboy Brasil garante que há uma preocupação da empresa em fomentar essa reconfiguração de escolha dos roteiros e dos atores dos novos filmes produzidos pelo canal, encarando o desafio de agradar e representar a todos.

 

"Então, o que acontece é que você ainda tem uma base de consumidores grande, que gostam desse tipo de conteúdo, e aí a gente tem que ter um pouco desse tipo de conteúdo no portfólio. Mas, todos os conteúdos novos que a gente vem produzindo e que levam o  selo SexyHot produções, esses a gente tá com um olhar muito mais cuidadoso e muito mais atento. Buscando, sim, trazer  atores e atrizes com corpos mais reais ou, pelo menos, com corpos mais variados — atriz gorda, magra, sem silicone, com peito pequeno, grande, caído, com barriga. Enfim, corpos naturais, assim como homens também. E com histórias também mais críveis, mais reais, mais cotidianas, menos clichês, fugindo da história do encanador que chegou na casa da mulher e rapidamente aquilo se tornou uma cena sexo. Então a gente tá procurando fugir dos clichês, dos esteriótipos dos corpos do universo pornô, buscando trazer esse outro olhar para o conteúdo", conclui. 

O filme acabou e só ele gozou? 

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Ainda sob o chapéu desse novo posicionamento, se dá a discussão sobre a figura central desta reportagem: a mulher. Por décadas o pornô prioriza a perspectiva masculina do sexo e dá espaço à narrativas que mostram somente a satisfação sexual dos homens. Se você já assistiu a um filme desses envolvendo um homem e uma mulher, puxe aí em sua memória qual foi o desfecho dele. É claro: o filme acabou depois do ator gozar. Mas e a atriz? Onde está a garantia de que aquela personagem também estava sentindo prazer e conseguiu atingir o clímax da parada? 

Foto: Twitter/Reprodução

Segundo Fajardo, essa também é uma questão bastante considerada na criação e produção do novo conteúdo da Sexyhot, até porque, 30% do público do canal é feminino e é imprescindível que os filmes se tornem mais sensíveis ao prazer femino, com a participação de mulheres em todas as etapas de produção.

"Sem dúvidas, a gente tá totalmente voltado pra isso. Para trazer esse olhar feminino para dentro do conteúdo. E ele entra de diversas formas, tanto a gente procurando cobrar das produtoras que tenha participação de mulheres por trás das câmeras – e não só nas funções mais óbvias -, mas participando de outras formas como câmera, roteiro, produção, direção de arte e geral. Então, com isso, você já consegue trazer esse olhar feminino.  E muito também nas histórias, no roteiro. Como a gente já falou, o objetivo é fugir dos clichês e mostrar mais o prazer feminino nos filmes. Porque 95%, chutando esse número, dos filmes mais tradicionais acabam sempre com o cara gozando. Sempre a última cena era essa e na maior parte das vezes mostrava a ejaculação dele fora: ou ele tava gozando na cara da mulher, na bunda da mulher, no peito da mulher, na boca... Sempre, de alguma forma, o enfoque estava nisso. Então, quando a gente fala de mostrar mais o prazer da mulher durante o filme, não é só aumentar as preliminares, é mostrar também ela tendo prazer, ela gozando, o sexo oral nela e não só ela fazendo nele. Sabe? É ter esse olhar para a mulher durante todo o conteúdo”, esclarece.

Um outro ponto interessante a ser considerado é que, à medida com que as mulheres vão se emancipando na sociedade, quebrando preconceitos, elas também entendem melhor a questão da liberdade sexual como algo natural. Ora, mulheres também sentem desejo e querem sentir prazer, não é atoa que o mercado de brinquedinhos sexuais tem ficado cada dia mais popular entre o público feminino e o número de criadoras de conteúdo sobre o tema tenha aumentado - além do consumo do próprio pornô também ter aumentado entre o público feminino. 

Os 15 segundos das redes sociais dizem "olá" ao pornô… 

Outro desafio das distribuidoras de conteúdo adulto é, mais uma vez, dialogar com a maneira que a nova geração consome conteúdos sob o aspecto do tempo. Cinthia nos conta que essa também é uma preocupação do canal. Confira no vídeo: 

A mudança é na hora H (oje)!

Sem dúvidas, é importante que empresas que produzem conteúdo adulto se atentem aos avanços da sociedade, bem como levantem bandeiras de garantia das condições de trabalho dessa classe e se posicionem, atuando para que os danos que essa indústria pode ter causado em muita gente sejam reduzidos. Assim, será possível criar um ambiente colaborativo de sexualidade saudável

É claro que empresas possuem o objetivo de lucrar. Mas, a medida em que esse diálogo começa a ganhar força, o público pode começar a entender a importância de responder de maneira prática, pensando na origem dos conteúdos consumidos e estando consciente de que existiu uma cadeia inteira de trabalho para que ele pudesse ter um momento de prazer com a ajuda de um produto pornô. 

 

A pornografia gera muita polêmica, mas a verdade é que não dá para dizer que ela não é bem sucedida no Brasil e no mundo . A última pesquisa do próprio Sexy Hot, realizada em 2022, apontou o perfil dos consumidores de pornô: 63% são homens e 37% mulheres; dados sobre a faixa etária e classe social mostram que 36% dos consumidores têm entre 25 a 34 anos e pertencem às classes B e C, que somam 86%. A pesquisa ainda mostrou que 55% têm filhos. Ainda segundo os dados do Sexy Hot, 53% dos consumidores de pornô se declaram casados ou morando juntos; 60% deles afirmam que seus parceiros têm conhecimento do consumo e 33% disseram que assistem aos filmes acompanhados. 

 

Esses dados são bastante relevantes porque indicam uma tendência de quebra de tabus, não só relacionados ao consumo do pornô, mas à sexualidade de forma geral.  Falar sobre sexo e naturalizar a sexualidade é a chave para encontrar a liberdade de sentir prazer. 

A pornografia tem seu lado sombrio, mas também há uma galera consciente e preocupada em fazer com que esse seja um recurso saudável, que ajude a estimular os sentidos das pessoas e conduzí-las a um reencontro sexual consigo e com o outro. 

O encontro de uma geração com a naturalização da sexualidade e a redescoberta do prazer 

Apesar de não se considerar uma pessoa tímida, Cinthia conta que sexo não era um assunto muito comum no cotidiano e não tinha tanto contato. O trabalho na Playboy a ajudou a encarar a sexualidade de uma maneira mais natural e fala que, de certa forma, os próprios conteúdos auxiliam outras pessoas a falarem do assunto mais levemente

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Duda Machado

Reportagem, revisão.

Luana Bragantini

Revisão e edição dos materiais multimídia.

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Trabalho de Conclusão de Curso da graduação de Jornalismo | Universidade Anhembi Morumbi | 2022

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