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O calor intenso do prazer, a relação das mulheres com o orgasmo e o cenário da sexualidade pela ótica feminina
A pergunta da vez é: será que você já chegou lá? Na verdade, o “lá” não é um lugar específico, mas sim uma sensação. O orgasmo é considerado o ápice da relação sexual. Para muitas é a cereja do bolo e é vivenciado de forma singular por cada pessoa. Esse prazer tem até um dia reservado no calendário: em 1999, os sex shops da Inglaterra decidiram criar uma data especial para falar do orgasmo. Com o objetivo de aquecer as vendas, promover debates sobre o tema e tentar acabar com os tabus, escolheram o dia 31 de julho.
Atingir o clímax envolve uma série de fatores, como estímulos, autoconhecimento e até mesmo a atmosfera do ambiente pode influenciar o momento, o que requer uma dose a mais de paciência. A construção desse cenário abre margem para outro sentimento: a insegurança, motivo pelo qual muitas parceiras fingem chegar ao orgasmo na tentativa de satisfazer seus companheiros e companheiras. Mesmo com a discussão do prazer ganhando mais visibilidade, mais da metade das mulheres não sentem na pele esse frenesi, é o que mostra a pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo.

das mulheres não conseguem chegar ao orgasmo
Pesquisa realizada pelo Prosex, o Projeto de Sexualidade na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 2017.
Hormônios da felicidade
Definir exatamente o que é o orgasmo não é uma tarefa fácil. Por ser tão particular, é difícil determinar com precisão o que a mulher sente nesse momento. Para a educadora sexual e influenciadora digital Luana Lumertz, o orgasmo é um mix de sensações emocionais e fisiológicas que mexem com o corpo todo. De acordo com ela, ocorre um alívio da tensão que pode ser acompanhado de reações físicas como taquicardia e respiração ofegante, espasmos musculares e o aumento da sensibilidade.
É um instante de satisfação que pode variar de intensidade: “cada orgasmo vai ser diferente. Uma pessoa pode ter orgasmos super intensos e outros mais suaves, mais sutis. Isso não quer dizer que a relação ou que a masturbação não foi prazerosa”, explica Lumertz. Além do prazer sexual, o orgasmo também traz benefícios para a saúde, já que durante o clímax são liberados diversos hormônios que podem ajudar a melhorar a pele e a qualidade do sono, estimular o bom humor e aliviar as dores da menstruação.

O orgasmo faz bem para a saúde? A educadora sexual Luana Lumertz responde.
Em junho de 2022, a Pantynova, uma das empresas pioneiras no ramo de bem-estar sexual no Brasil, realizou o Censo do Sexo e coletou respostas de 1813 pessoas. Um dos pontos analisados foi o chamado “gap” (a lacuna) na masturbação e no sexo: quando estão sozinhas, 66% das mulheres disseram que conseguem chegar ao orgasmo, agora, quando há outra pessoa, a porcentagem cai para 19%. Quando se trata do ato sexual a dois, somente mulheres lésbicas se sobressaem: 28% afirmam atingir o clímax quando estão acompanhadas, o que configura 9% a mais do que mulheres heterossexuais.

Diferente das mulheres, 86% das pessoas que se identificam com o sexo masculino responderam que chegam ao orgasmo na masturbação e 54% quando estão acompanhadas.
Pesquisa realizada pela empresa Pantynova em 2022.
Nesse momento em que elas não conseguem chegar ao ponto máximo do prazer é que muitas acabam fingindo, seja para satisfazer o parceiro ou terminar a relação mais rápido. Segundo a fisioterapeuta pélvica Ana Gehring, um dos problemas de fingir um orgasmo é que isso acaba se tornando um costume e pode se tornar um “ciclo vicioso”.

Ana Gehring fala sobre os outros problemas de fingir um orgasmo.
Outro obstáculo importante é que muitas mulheres não conseguem identificar a chegada nesse ápice. De acordo com Lumertz, isso pode ocorrer porque a pessoa realmente ainda não teve essa experiência ou porque há uma idealização exagerada desse momento. A chave para ter certeza de que o orgasmo foi alcançado é se autoconhecer, explorar o corpo, conhecer as sensações e perceber as reações físicas durante o estímulo.
Bora gozar a vida
Durante muitos anos o prazer feminino foi um aspecto ignorado durante o sexo, já que o ato era praticado visando à reprodução. Com o passar do tempo, os ideais começaram a mudar, houve avanços (como o surgimento da pílula anticoncepcional nos anos 1960), mas muitos tabus que envolvem a satisfação sexual da mulher continuaram de pé. A ausência de educação sobre o tema nas gerações antigas refletiu nos mais novos.
Ainda há uma crença de que a mulher precisa da penetração para ter prazer, quando, na verdade, essa é apenas uma das formas de curtir o momento. O autoconhecimento pode ser a maior fonte de satisfação: “hoje a gente tem falado muito da questão do autoconhecimento através da masturbação. Essa questão do prazer relacionada a conhecer, se tocar através da masturbação, principalmente no clitóris, na parte externa da vagina, já que a maioria das mulheres ainda não conhece o seu próprio corpo”, afirma Lumertz.
Quando se fala do clitóris muita gente não sabe o que é e outras sequer ouviram falar; e até mesmo quem conhece tem dificuldade em encontrar essa pequena área do corpo durante o sexo ou na masturbação. Até pouco tempo atrás, a própria medicina não dava atenção para esse órgão. Em 1998, a urologista australiana Helen O'Connell realizou um estudo inédito e descreveu detalhadamente a anatomia do clitóris. Sete anos depois, em 2005, Helen coordenou outra pesquisa e, através de uma ressonância magnética, conseguiu expandir ainda mais o que já se sabia sobre essa parte do organismo feminino.
A parte visível do clitóris é chamada de glande e fica localizada na região superior da vulva, logo acima da uretra e entre os lábios vaginais. A parte externa tem cerca de meio centímetro, mas na totalidade tem, em média, oito centímetros. Possui 10 mil terminações nervosas e, se bem estimulado, proporciona orgasmos à mulher. A única função do clitóris é dar prazer.
Parte interna


Parte externa
Ilustrações: Korui
As sete zonas erógenas das mulheres de acordo com Monica Geller, da série Friends
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Outra questão ligada à procura do prazer é o tal do "ponto g". Teoricamente essa área seria onde a mulher tem mais satisfação sexual, porém há muitas controvérsias e estudos que afirmam que esse ponto não existe ou que não se trata de um ponto, mas sim de uma zona composta por tecidos erógenos, regiões muito sensíveis e onde o toque pode levar a excitação, que recebem respostas do estímulo ao clitóris.

Lumertz responde se o ponto G realmente existe.
Na série de comédia Friends, a personagem Monica Geller explica quais são as sete zonas erógenas das mulheres. Passe o mouse na imagem e conheça quais são.
Mas nem tudo é sobre clitóris - ou será que é? Brincadeiras à parte, existem inúmeras formas de prazer como: masturbação, testar diferentes posições no sexo, utilizar lubrificantes e géis, vibradores, inovar com jogos e até mesmo conversar com seu par para descobrir no que ambos ou ambas sentem prazer. Contudo, isso não é uma regra ou um plano a ser seguido. Na realidade, você mesma(o) pode explorar o que causa prazer, seja ao buscar mais informações ou experimentar na prática.

Lumertz dá dicas de como escolher o vibrador ideal.
“O prazer não é só sexual, a gente tá falando sobre autoestima, sobre conhecer o próprio corpo”.
Luana Lumertz
Outro aspecto importante para desfrutar do prazer é a saúde do assoalho pélvico, que é a musculatura que sustenta o útero, a bexiga e o intestino. Durante o orgasmo, os músculos pélvicos contraem e podem variar a intensidade do clímax. Quando o assoalho não está fortalecido, a mulher pode ter problemas, como a dificuldade de ereção do clitóris. Nesses casos, é indicado o acompanhamento de um profissional.

O que é a fisioterapia pélvica?
Uma das práticas mais conhecidas para melhorar o desenvolvimento do prazer sexual é o pompoarismo, essa técnica também é usada para fortalecer o assoalho pélvico e consiste
em praticar exercícios de contração e relaxamento da vagina e, além do prazer, ele auxilia na melhora do desempenho sexual.
De acordo com a fisioterapeuta pélvica Ana Gehring, o pompoarismo é uma prática milenar que deveria estar inclusa na vida de todas as mulheres porque "todo o nosso canal vaginal está rodeado por músculos. Então no momento que a gente tem uma musculatura mais saudável, mais vigorosa e que a gente faz o exercício no dia a dia, isso vai ser uma consequência no prazer”, explica.
Até aqui, provavelmente você já deve saber que cada pessoa vive o orgasmo de maneiras específicas, mas se sente algum desconforto ou constrangimento durante o sexo e na sensação do prazer, não tenha medo. Busque por um profissional, afinal isso faz parte da sua vida e da sua autoestima. Não finja sentir um orgasmo, atinja.
Elas empreendendo na sexualidade
Vinda de uma família de parteiras, a gaúcha Ana Gehring sabia que iria trabalhar com algo relacionado à sexualidade; entre as opções iniciais estavam ginecologia e obstetrícia. No entanto, acabou passando em fisioterapia no vestibular. Apesar de parecer distante da questão sexual, Ana começou a ter contato com uma especialização que estava diretamente ligada ao prazer e ao bem-estar íntimo da mulher: há cerca de 12 anos, a fisioterapia pélvica começou a se tornar popular no Brasil, o que levou Ana a se aprofundar no assunto. Formou-se como profissional na área pela PUC do Rio Grande do Sul e, depois da formatura, viajou para fora do país e realizou alguns cursos voltados para gestantes, mas decidiu focar no campo da sexualidade.
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Ana Gehring expõe alguns modelos de vibradores para alcançar o prazer. A produtora de conteúdo tem cerca de 740 mil seguidores no Instagram. Foto: Instagram Vagina Sem Neura
A princípio, a fisioterapeuta mantinha apenas o consultório e não era muito conectada às redes sociais para promover seu trabalho, nem mesmo para uso pessoal. Após um tempo, decidiu criar um perfil, mas esse período foi em total anonimato, pois falar sobre sexualidade abertamente na internet é algo difícil. Com a visibilidade, passou a usar um tom de humor nas postagens, principalmente no Instagram, como uma tentativa de naturalizar e aproximar o público do diálogo, não para satirizar o assunto, mas para torná-lo mais leve em algumas situações. A sutileza na linguagem também ajudou na forma com que a família lidava com o seu trabalho.
Com a popularidade na Internet, Ana começou a realizar palestras em eventos e a produzir conteúdos em outras plataformas, como no YouTube, onde tem mais de 210 mil inscritos, e também no Spotify, onde tem um podcast, o Vagicast. Ela também construiu um site e passou a investir no e-commerce voltado para a venda de produtos adultos e em cursos online.
Ana busca trazer para o perfil a conexão e similaridade do corpo feminino com a natureza, como com frutas e flores. Fotos: Instagram Vagina Sem Neura




Falar de sexualidade feminina e do prazer não é relativamente comum, principalmente quando se olha para o passado. Mas no século XXI as pessoas ficaram mais receptivas ao assunto, tanto que a especialização na área ganhou mais atenção e muitas mulheres investem na produção desse tipo de conteúdo.
A jornalista, consultora antirracista e escritora de contos eróticos Monique dos Anjos é uma delas. Durante a infância, Monique não teve conversas sobre sexualidade em casa e acabou descobrindo esse universo através da literatura, mais especificamente pelo livro Diário Secreto de Laura Palmer, da autora Jennifer Lynch. Natural da Zona Leste de São Paulo, Monique trabalha há quase 20 anos escrevendo sobre conteúdo feminino. Os estudos de gênero são um dos principais tópicos no trabalho de Monique, abordados tanto do ponto de vista profissional, quanto de classe.
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Jornalista, consultora antirracista e escritora de contos eróticos, Monique dos Anjos. Foto: Arquivo Pessoal/Instagram.
Ao iniciar o processo de letramento racial, percebeu que não é possível falar de gênero sem olhar para a questão de raça. Ela, então, juntou os seus interesses e a experiência no ramo da sexualidade feminina com um recorte mais politizado. A escrita sempre foi uma paixão de Monique, uma forma de se expressar e organizar os sentimentos. Nessa altura, já tinha escrito alguns contos, mas que ficavam restritos aos amigos e não chegaram a ser publicados. Enquanto ministrava uma palestra, a jornalista foi interrompida por um comentário extremamente machista e racista. Foi a partir disso que ela decidiu tornar seus textos públicos.
“Eu quero ter o direito de expressar minha sexualidade da forma como eu a encaro.”
Monique dos Anjos
Inicialmente, escreveu de forma anônima, com um pseudônimo africano para ter aquele ar de mistério e pela vontade de se preservar. Até que em uma entrevista para a colunista Mayumi Sato, do Universa do UOL, logo no início da publicação dos contos, ouviu que a melhor parte dos textos dela era ela mesma. A identificação poderia ajudar as leitoras a se conectarem ainda mais com a história.
Era difícil conseguir se enxergar dentro das produções de streaming, por exemplo, que traziam protagonistas negras sempre hipersexualizadas ou assexuadas. Então Monique decidiu divulgar seus textos porque eles poderiam fazer companhia para muitas outras pessoas: mulheres negras, mães solo, mulheres gordas que, no mainstream (produção tradicional), não são representadas ou que sofrem com a falta de representatividade, entre outras pluralidades.
Um desses lugares de representação - ou da ausência dela - é o entretenimento erótico, que inclui a pornografia e, entre as discussões em torno da produção desse tipo de conteúdo, está a identificação do público consumidor com o que é visto na tela. A indústria é pautada pelo olhar masculino, mas aos poucos essa realidade está mudando.
Em 2020, a Playboy Brasil passou por uma transição na administração e a carioca Cinthia Fajardo se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora-geral da empresa. O grupo, responsável pelos canais SexyHot, Playboy TV, Venus, Sextreme e ForMan, passa por uma reconstrução na produção de conteúdo. Agora, com o olhar de uma mulher, busca aumentar a diversidade mostrando corpos reais e com programas voltados ao público feminino e LGBTQIA+.
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"Temos cobrado das produtoras colocar mais mulheres na produção desse conteúdo como câmeras, roteiristas, diretoras de arte, diretoras de cena e trazer esse olhar feminino da própria equipe, que é composta em sua maioria por mulheres, cerca de 80%."
Cinthia Fajardo
Antes de se tornar diretora da PlayBoy Brasil, Cinthia já trabalhava no grupo há dez anos como gerente de Marketing. Foto: Perfil pessoal.
A indústria pornográfica audiovisual possui muitas polêmicas quanto à representação e influência que desperta nas idealizações do sexo, para homens e mulheres. Além disso, tem capacidade de afetar o emocional, alimentando incertezas e medos. Contudo, para Cinthia o conteúdo apresentado ali não é fiel à realidade, mas trata-se de um filme com perspectivas ficcionais que visam ao entretenimento e não à educação.
O viés educacional do sexo, inclusive o que contempla as dúvidas sobre o prazer, é estudado pela sexologia com o objetivo de disseminar o conhecimento e viabilizar a abordagem do assunto, atendendo a demanda das pessoas. Foi com esse intuito que a terapeuta Thalita Cesário ingressou na área da sexualidade. Sua primeira formação foi em administração e logo depois começou a trabalhar em um sex shop. Foi quando ela percebeu que só vender os produtos não iria esclarecer as questões apresentadas pelas(os) clientes no momento da compra.
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Além do perfil no Instagram, Thalita produz conteúdo em seu canal no Youtube, que possui mais de 330 mil inscritos. Foto: Perfil pessoal.
Levando em conta essa realidade, começou a participar de feiras eróticas e buscar por oportunidades de estudo nesse setor. Assim, concluiu alguns cursos e iniciou a primeira especialização em terapia e educação sexual. Pouco tempo depois aperfeiçoou a carreira profissional com uma pós-graduação em sexualidade humana.
Ainda hoje a sexologia não é reconhecida pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). É considerada somente como uma especialização, embora suas aplicações sejam requisitadas com frequência pelos pacientes.
Assim como Thalita, a influencer e educadora sexual Luana Lumertz tinha o mesmo propósito de esclarecer e viabilizar a abordagem da sexualidade. Pensando nisso, há onze anos, Lumertz e sua mãe criaram a Sex Shop Egalité, para trazer a igualdade na hora de sentir prazer.
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Luana produz conteúdo em seu Instagram e também em seu canal no Youtube, além de ser proprietária do Egalité a mais de 10 anos. Foto: Perfil pessoal.
De forma didática, e driblando o algoritmo das redes que costumam derrubar esse tipo de conteúdo, elas promovem o debate e a desmistificação de diversos tabus, além de ajudar muitas mulheres a se sentirem mais confortáveis para conversar sobre sexualidade. A internet deu visibilidade ao tema, mas, antes de tudo, é importante saber filtrar a informação e aproveitar o que é produzido por pessoas que têm propriedade no assunto.



Ilustração: Ágata Novaes.
O prazer tem rótulo e validade?
O ambiente digital alcança um vasto público e os conteúdos contidos nele abriram margem para propagação de diversas histórias, afinal quem nunca leu ou viu algo nas redes e se identificou? O acesso a esse tipo de produção promoveu um olhar ainda mais amplo no ramo da sexualidade. As questões de gênero, orientação sexual, autoconhecimento e prazer fazem parte dessa conversa. Historicamente falando, os homens foram mais estimulados a compreender a sexualidade, mais até do que a mulher e as pessoas LGBTQIA+. Contudo, a internet herdou esses debates do cenário social e intensificou as discussões, as tornando plurais.
Segundo a psicóloga Aparecida Collepiccolo, o prazer está relacionado à tomada de decisões, ao potencial criativo das pessoas, e esse diálogo envolve a autoestima, principalmente a liberdade de sentir e escolher como vivenciar o clímax. No caso das mulheres isso se intensifica.
Collepiccolo diz que a geração Z (nascidas entre 1995 e 2010) aposta em outras formas de se satisfazer, como o sexting, troca de mensagens com conteúdo sexual nas redes sociais, e o consumo de pornografia online. Destaca-se também as novas configurações de relacionamento, como o poliamor, onde há uma união romântica ou sexual entre várias pessoas.
Cada geração desfruta da sexualidade ao seu modo, o que não invalida como diferentes faixas etárias vivem. Além do mais, embora cada geração seja nomeada de acordo com o período em que nasceu, nem todos os hábitos que são atribuídos a elas, literalmente condizem com seu comportamento pessoal ou implicam em alguma limitação de como viver determinadas situações. Um exemplo recorrente é a afirmação: “nossa, mas a senhora não tem mais idade para falar de sexo”. Será mesmo?
De acordo com a escritora e produtora de conteúdo, Kika Gama Lobo, a resposta é não. A carioca de 58 anos diz que a maturidade merece respeito e atenção, porque não é uma doença ou problema, mas uma virtude. É possível encarar a velhice com leveza e isso não é um sinônimo de estagnação porque, assim como na juventude, você vai estar vivendo e será capaz de experimentar coisas novas.
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A escritora, colunista e criadora de conteúdos digitais Kika Gama Lobo. Crédito: Perfil pessoal.
Kika conta que a ideia de escrever o livro Kikando na maturidade, que terá seu lançamento em São Paulo em dezembro de 2022, partiu do seu desejo de deixar um legado e também de compartilhar suas vivências com outras mulheres depois de ter vencido a luta contra o câncer, há 10 anos.

A sexualidade e a menopausa.
"A informação é o maior afrodisíaco que existe."
Kika Gama Lobo
Sentir prazer não é exclusividade de ninguém, pelo contrário é liberdade. O autoconhecimento e as conexões que estão nas entrelinhas do sexo, da masturbação e até da sua mente são construídas por você.
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Ágata Novaes
Reportagem, revisão e edição dos materiais multimídia.

Júlia Victória
Reportagem, revisão e edição dos materiais multimídia.